Por Carla Gomes
Já se passam algumas semanas desde a primeira vez em que ouvi falar da série “3%”. E confesso ter encarado com desconfiança a ideia de uma produção nacional do gênero ficção científica. Sem querer menosprezar os projetos que surgem por aqui, a verdade é que histórias bem conduzidas e instigantes não são necessariamente tão fáceis de encontrar. Por isso, foi uma grata surpresa descobrir que os vídeos que percorriam redes sociais e páginas especializadas afora valiam mesmo a pena.
Girando em torno de um processo seletivo em que apenas 3% dos candidatos garantem a chance de partir para um universo de oportunidades melhores, o piloto da série foi disponibilizado no youtube há pouco mais de dois meses. E desde então, já conta com mais de 150 mil visualizações. Seu enredo, criado por Pedro Aguilera, surpreende por manter uma atmosfera de tensão em grande parte dos quase 30 minutos, deixando uma inevitável vontade de descobrir o destino dos personagens apresentados.
No entanto, a continuidade da trama depende do interesse dos canais brasileiros, já que o episódio inicial foi produzido a partir de um incentivo do Ministério da Cultura, que não garantiu a produção do projeto completo. E foi sobre as chances de ver a história chegar à tevê que Aguilera conversou com o Blog Na TV na última semana. Acompanhe a seguir:
NaTV: Partindo do básico, como surgiu a ideia da história?
Pedro Aguilera: Na época eu estava bastante influenciado pela leitura de distopias como 1984 e Admirável Mundo Novo. Surgiu o edital FIC-TV e eu vi que uma das coisas que mais me atraíam nos conflitos dos jovens brasileiros era a dificuldade de entrar no mercado de trabalho e outros tipos de seleção, por isso pensei em exagerar essa característica da nossa sociedade, criando esse processo único, cruel e intenso.
NaTV: Existe alguma influência de séries que contam com realidades alternativas, como Fringe e Doctor Who, por exemplo?
Pedro Aguilera: Fringe eu só fui conhecer depois de termos feito o piloto do 3%. Doctor Who está na minha lista, ainda preciso ver! Na época éramos todos viciados em Lost, que influenciou o 3% tanto no gênero ficção científica/drama quanto na concepção da estrutura da série como uma história serializada e não episódica.
NaTV: O episódio piloto foi produzido a partir de um incentivo do Ministério da Cultura. Não fosse esse projeto, essa era uma ideia que seria levada adiante de qualquer maneira?
Pedro Aguilera: É difícil de ver, porque a criação do projeto estava muito ligada ao edital. Se nós não tivéssemos ganhado a oportunidade de produzir o piloto, certamente tentaríamos outras formas, mas não sei dizer se teríamos sucesso. Sem dúvida o FIC-TV caiu do céu para nós, que somos jovens entrando do mercado de trabalho agora.
NaTV: Considerando a pequena quantidade de produções nacionais relacionadas a esse tipo de ficção, acredita que o projeto poderia tentar uma chance sem o argumento do sucesso feito na internet?
Pedro Aguilera: Assim como o 3% agradou os internautas, ele agrada também algumas pessoas do ramo, então chance havia. Mas com certeza, a positiva recepção na internet deixa as emissoras mais seguras e mais confiantes no material. Isso é fundamental, principalmente em um gênero pouco explorado no Brasil.
NaTV: A receptividade do piloto da série foi uma surpresa ou imaginavam que poderia alcançar um número de acessos (e elogios) como os que vêm acontecendo?
Pedro Aguilera: Nós gostávamos do piloto e tínhamos esperança que ele fosse bem recebido, mas o número de acessos e de elogios estão sendo inacreditavelmente maiores do que esperávamos. Estou em choque até agora!
NaTV: Como estão as conversas com os canais sobre a produção de uma temporada completa? Existe uma possibilidade real de podermos descobrir o que acontece com a história?
Pedro Aguilera: As conversas estão caminhando. Temos que entender que as emissoras são entidades complexas, com muitos níveis de decisão. O projeto precisa fazer o caminho por toda hierarquia e muitos fatores têm que se encaixar. Mas estamos esperançosos e com muita vontade de continuar a história. Acho que a possibilidade é real, sim. Só precisamos ter paciência…
NaTV: Pode adiantar algum detalhe sobre os rumos da trama? O enfoque continua sendo nos personagens já apresentados? Vamos conhecer o ‘Lado de Lá’?
Pedro Aguilera: O enfoque continua nos personagens apresentados. Durante a temporada, nós passamos a conhecer mais profundamente cada um deles, quais seus verdadeiros medos, motivações e segredos. Além de que novos personagens são apresentados para expandir a trama, tanto do lado dos candidatos, quanto do misterioso lado dos funcionários do Processo.
Contando com direção de Daina Giannecchini, Dani Libardi e Jotagá Crema, é possível acompanhar novidades sobre o piloto e a série através do Facebook e do perfil oficial no Twitter, @serie3porcento.
Para quem ainda não assistiu ao primeiro episódio, vale a pena conferir abaixo:
NaTV: Existe alguma influência de séries que contam com realidades alternativas, como Fringe e Doctor Who, por exemplo?
Pedro Aguilera: Fringe eu só fui conhecer depois de termos feito o piloto do 3%. Doctor Who está na minha lista, ainda preciso ver! Na época éramos todos viciados em Lost, que influenciou o 3% tanto no gênero ficção científica/drama quanto na concepção da estrutura da série como uma história serializada e não episódica.
NaTV: O episódio piloto foi produzido a partir de um incentivo do Ministério da Cultura. Não fosse esse projeto, essa era uma ideia que seria levada adiante de qualquer maneira?
Pedro Aguilera: É difícil de ver, porque a criação do projeto estava muito ligada ao edital. Se nós não tivéssemos ganhado a oportunidade de produzir o piloto, certamente tentaríamos outras formas, mas não sei dizer se teríamos sucesso. Sem dúvida o FIC-TV caiu do céu para nós, que somos jovens entrando do mercado de trabalho agora.
NaTV: Considerando a pequena quantidade de produções nacionais relacionadas a esse tipo de ficção, acredita que o projeto poderia tentar uma chance sem o argumento do sucesso feito na internet?
Pedro Aguilera: Assim como o 3% agradou os internautas, ele agrada também algumas pessoas do ramo, então chance havia. Mas com certeza, a positiva recepção na internet deixa as emissoras mais seguras e mais confiantes no material. Isso é fundamental, principalmente em um gênero pouco explorado no Brasil.
NaTV: A receptividade do piloto da série foi uma surpresa ou imaginavam que poderia alcançar um número de acessos (e elogios) como os que vêm acontecendo?
Pedro Aguilera: Nós gostávamos do piloto e tínhamos esperança que ele fosse bem recebido, mas o número de acessos e de elogios estão sendo inacreditavelmente maiores do que esperávamos. Estou em choque até agora!
NaTV: Como estão as conversas com os canais sobre a produção de uma temporada completa? Existe uma possibilidade real de podermos descobrir o que acontece com a história?
Pedro Aguilera: As conversas estão caminhando. Temos que entender que as emissoras são entidades complexas, com muitos níveis de decisão. O projeto precisa fazer o caminho por toda hierarquia e muitos fatores têm que se encaixar. Mas estamos esperançosos e com muita vontade de continuar a história. Acho que a possibilidade é real, sim. Só precisamos ter paciência…
NaTV: Pode adiantar algum detalhe sobre os rumos da trama? O enfoque continua sendo nos personagens já apresentados? Vamos conhecer o ‘Lado de Lá’?
Pedro Aguilera: O enfoque continua nos personagens apresentados. Durante a temporada, nós passamos a conhecer mais profundamente cada um deles, quais seus verdadeiros medos, motivações e segredos. Além de que novos personagens são apresentados para expandir a trama, tanto do lado dos candidatos, quanto do misterioso lado dos funcionários do Processo.
Contando com direção de Daina Giannecchini, Dani Libardi e Jotagá Crema, é possível acompanhar novidades sobre o piloto e a série através do Facebook e do perfil oficial no Twitter, @serie3porcento.
Para quem ainda não assistiu ao primeiro episódio, vale a pena conferir abaixo:
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